E.E Jorge Amado
Espaço de socialização das atividades pedagógicas desenvolvidas no ambiente escolar.
domingo, 11 de novembro de 2012
15 De Novembro Proclamação da República do Brasil
Bandeira localizada na entrada da Escola Estadual Jorge Amado, idealizada pela professora Alice Fernandes que contou com a colaboração de todo grupo de funcionários.
quinta-feira, 10 de maio de 2012
Jorge Amado
Filho de João Amado de Faria e de D. Eulália Leal, Jorge Amado de Faria nasceu no dia 10 de agosto de 1912, na fazenda Auricídia, em Ferradas, distrito de Itabuna - Bahia. O casal teve mais três filhos: Jofre (1915), Joelson (1920) e James (1922). Com apenas dez meses, vê seu pai ser ferido numa tocaia dentro de sua própria fazenda. No ano seguinte uma epidemia de varíola obriga a família a deixar a fazenda e se estabelecer em Ilhéus. Em 1917 a família muda-se para a Fazenda Taranga, em Itajuípe, onde seu pai volta à lida na lavoura de cacau.
Em 1918, já alfabetizado por sua mãe, Jorge
retorna a Ilhéus e passa a freqüentar a escola de D. Guilhermina, professora que
não hesitava usar a palmatória e impor outros castigos a seus alunos. No ano de 1922
cria um jornalzinho, "A Luneta", que é distribuído para vizinhos e
parentes. Nessa época vai estudar em Salvador, em regime de internato, no Colégio
Antonio Vieira, de padres jesuítas.
A bela redação que apresentou ao padre Luiz Gonzaga Cabral, com o título de "O Mar", lhe rende elogios e faz com que o religioso passe a lhe emprestar livros de autores portugueses e de outras partes do mundo. Dois anos depois, seu pai vai levá-lo até o colégio após as férias. Despedem-se e Jorge, ao invés de entrar nele, foge. Viaja por dois meses até chegar à casa de seu avô paterno, José Amado, em Itaporanga, no Sergipe. A pedido de seu pai, seu tio Álvaro o leva de volta para a fazenda em Itajuípe.
É matriculado no Ginásio Ipiranga,
novamente como interno. Conhece Adonias Filho e dirige o jornal do grêmio da escola,
"A Pátria". Pouco tempo depois funda "A Folha",
que fazia oposição ao primeiro. No ano de 1927, passa para o regime de externato e
vai morar num casarão no Pelourinho. Emprega-se como repórter policial no "Diário
da Bahia". Pouco depois vai para o jornal "O Imparcial". Uma
poesia de sua autoria, "Poema ou prosa", é publicada na revista "A
Luva". Conhece o pai-de-santo Procópio, que o nomeará ogã (protetor), o
primeiro de seus muitos títulos no candomblé.
Reúnem-se em torno do experimentado
jornalista e poeta Pinheiro da Veiga os integrantes da Academia dos Rebeldes, grupo
literário do qual, além de Jorge, faziam parte Clóvis Amorim, Guilherme Dias
Gomes, João Cordeiro, Alves Ribeiro, Edison Carneiro, Aydano do Couto Ferraz, Emanuel
Assemany, Sosígenes Costa e Walter da Silveira. A Academia fazia oposição ao grupo Arco
& Flexa e pregava, no dizer de Jorge Amado, "uma arte moderna sem ser
modernista". Os trabalhos de seus integrantes são publicados nas revistas
"Meridiano" e "O Momento", ambas fundadas por eles.
Em 1929, começa a trabalhar em “O
Jornal” onde publica, sob o pseudônimo de Y. Karl, a novela "Lenita",
escrita em parceria com Dias da Costa e Edison Carneiro, que assinavam como Glauter Duval
e Juan Pablo.
No ano seguinte transfere-se para o Rio de
Janeiro para estudar. Conhece Vinicius de Moraes, Otávio de Faria e outros nomes
importantes da literatura. "Lenita" é editada em livro por A. Coelho
Branco Filho, do Rio de Janeiro.
Aprovado, entre os primeiros colocados, na
Faculdade de Direito da Universidade do Rio de Janeiro, em 1931, Jorge vê
publicado pela Editora Schmidt seu primeiro romance, "O país do carnaval",
com prefácio de Augusto Frederico Schmidt e tiragem de mil exemplares. O livro recebe
elogios dos críticos e torna-se um sucesso de público.
No ano de 1932, muda-se para um
apartamento em Ipanema com o poeta Raul Bopp. Conhece José Américo de Almeida, Amando
Fontes, Rachel de Queiroz (através de quem se aproxima dos comunistas) e Gilberto Freyre.
Sai a segunda edição de "O país do carnaval", desta vez com tiragem de
dois mil exemplares. Aconselhado por Otávio de Faria e Gastão Cruls, desiste de publicar
o romance "Rui Barbosa nº. 2"; para eles, o livro não passava de uma
cópia de "O país do carnaval". Viaja para Pirangi, na Bahia;
impressionado com a vida dos trabalhadores da região, começa a escrever "Cacau".
A Ariel Editora, do Rio, em 1933, publica
"Cacau", com tiragem de dois mil exemplares e capa e ilustrações de
Santa Rosa. O livro esgota-se em um mês; a segunda edição sai com três mil exemplares.
Entre a primeira e a segunda edição de Cacau, Jorge tem acesso, através de José
Américo de Almeida, aos originais de "Caetés", romance de Graciliano
Ramos. Empolgado com o talento do escritor alagoano, viaja para Maceió só para
conhecê-lo, iniciando uma amizade que duraria até a morte de Graciliano. Conhece também
José Lins do Rego, Aurélio Buarque de Holanda e Jorge de Lima. Torna-se redatorchefe
da revista "Rio Magazine". Casa-se em dezembro, em Estância, Sergipe,
com Matilde Garcia Rosa. Juntos, eles lançam, pela Schmidt, o livro infantil Descoberta
do mundo.
Em 1934, publica — também pela Ariel
— o romance "Suor". Trabalha na Livraria José Olympio Editora, do
Rio de janeiro, primeiro escrevendo releases e depois na parte editorial
propriamente dita; tendo influenciado na publicação de "O conde e o
passarinho", primeiro livro de Rubem Braga, e no lançamento de autores
latino-americanos como o uruguaio Enrique Amorim, o equatoriano Jorge Icaza, o peruano
Ciro Alegría e o venezuelano Rómulo Gallegos (de quem traduziu o romance "Dona
Bárbara").
Nasce sua filha Eulália Dalila Amado, em
1935. Escreve em "A Manhã", jornal da Aliança Nacional Libertadora,
pelo qual cobre a viagem do presidente Getúlio Vargas ao Uruguai e à Argentina. "Cacau"
é publicado pela Editorial Claridad, de Buenos Aires. Neste mesmo ano "Cacau"
e "Suor" seriam lançados em Moscou. Conclui o curso de Direito. Lança
"Jubiabá" pela José Olympio Editora.
Sofre sua primeira prisão em 1936, por
motivos políticos: acusado de participar do levante ocorrido em novembro do ano anterior
em Natal — chamado de "Intentona Comunista” — é detido no Rio.
Publica “Mar morto”, que recebe o Prêmio Graça Aranha, da Academia
Brasileira de Letras.
No ano seguinte faz papel de pescador no
filme “Itapuã”, de Ruy Santos, no qual também colabora com o argumento. Viaja
pela América Latina e depois vai aos Estados Unidos. Enquanto está fora, sai no Brasil
“Capitães da areia”. Quando chega a Belém, vindo do exterior, é
avisado pelo escritor paraense Dalcídio Jurandir do golpe de Vargas. Foge para Manaus,
mas lá é preso. Seus livros, considerados subversivos, são queimados em plena Salvador
por determinação da Sexta Região Militar. Segundo as atas militares, foram queimados
1.694 exemplares de "O país do carnaval", "Cacau",
"Suor", "Jubiabá", "Mar morto" e
"Capitães da areia".
Liberto, em 1938, o escritor é mandado
para o Rio. Muda-se para São Paulo, onde reside com Rubem Braga. Depois vai para a Bahia
e em seguida, Sergipe; aqui imprime uma pequena edição do livro de poemas “A
estrada do mar”, que distribui para os amigos. Estréia em dois consagrados
idiomas literários do Ocidente: "Suor " sai em inglês pela pequena New
America, de Nova York, e "Jubiabá" em francês pela prestigiosa
Gallimard.
Retorna ao Rio no ano de 1939. Exerce
intensa atividade política, em decorrência das torturas de presos e a desarticulação
do Partido Comunista. Torna-se redator-chefe das revistas Dom Casmurro e Diretrizes.
Inicia colaboração com a revista Vamos ler; que manterá até 1941. Compõe, com
Dorival Caymmi e Carlos Lacerda, a serenata "Beijos pela noite". O
escritor franco-argelino Albert Camus, futuro Nobel de Literatura (1957), escreve artigo
no jornal Alger Républicain classificando "Jubiabá" de
"magnífico e assombroso".
Diretrizes publica o primeiro
capítulo de "ABC de Castro Alves", em 1940, e edita também, em forma de
folhetim, a novela "Brandão entre o mar e o amor", iniciada por Jorge
Amado e continuada por José Lins do Rego, Graciliano Ramos, Aníbal Machado e Rachel de
Queiroz. Trabalha no jornal Meio-Dia.
Decide escrever, em 1941, um livro sobre
Luís Carlos Prestes, pensando numa possível campanha por sua anistia. Viaja para o
Uruguai a fim de recolher material; também faz pesquisas sobre o tema na Argentina.
Lança "ABC de Castro Alves", pela Livraria Martins Editora, de São
Paulo.
Publica em Buenos Aires "A vida de
Luís Carlos Prestes", em 1942. Embora editado em espanhol, o livro é vendido
clandestinamente no Brasil. Volta ao país, mas é preso ao desembarcar em Porto Alegre.
De lá é enviado para o Rio. Não permanece, porém, na então capital federal: a
polícia decide despachá-lo para Salvador, onde fica confinado.
1943 marca sua volta às páginas de O
Imparcial assinando a seção "Hora da guerra" e escrevendo pequenas
histórias na coluna "José, o ingênuo", que reveza com o jornalista e
escritor baiano Wilson Lins. Sai "Terras do sem fim", seu primeiro livro
a ser vendido livremente após seis anos de censura.
Em 1944, a pedido de Bibi Ferreira
escreve a peça "O amor de Castro Alves", mas a companhia teatral da
atriz é desfeita antes da encenação. Lança "São Jorge dos Ilhéus".
Desquita-se de Matilde.
Participa, em janeiro de 1945, na condição
de chefe da delegação baiana, do I Congresso de Escritores, em São Paulo. O encontro
termina com uma manifestação contra o Estado Novo. Jorge é preso por um breve
período juntamente com Caio Prado Jr. O Barão de Itararé apresenta o romancista a
Zélia Gattai na Boate Bambu, durante jantar em homenagem aos participantes do Congresso
de Escritores. Passa a viver em São Paulo, onde chefia a redação do jornal Hoje,
do Partido Comunista Brasileiro. Escreve também na Folha da Manhã. Torna-se secretário
do Instituto Cultural Brasil-URSS, cujo diretor era Monteiro Lobato. Sai no Brasil "A
vida de Luís Carlos Prestes", rebatizado de "O cavaleiro da esperança".
Em julho, passa a viver com Zélia. No mesmo mês participa, ao lado do poeta chileno
Pablo Neruda (que em 1971 ganharia o Nobel de Literatura), do comício de Luís Carlos
Prestes no Estádio do Pacaembu, em São Paulo. Lança "Bahia de Todos os Santos".
É eleito, com 15.315 votos, deputado federal pelo PCB. Publica o conto "História
de carnaval" na revista O Cruzeiro. "Terras do sem fim"
sai pela respeitada editora A. Knopf, de Nova York.
No ano seguinte assume o mandato na
Assembléia Constituinte e passa a residir no Rio de Janeiro. Várias de suas emendas,
como a da liberdade de culto religioso e a que dispõe sobre direitos autorais, são
aprovadas. Lança "Seara vermelha", pela Martins e, pela Edições
Horizonte, do Rio de Janeiro, "Homens e coisas do Partido Comunista".
Entusiasmado com a leitura de "Jubiabá", chega à Bahia o fotógrafo e
etnólogo francês Pierre Verger, que acabaria se radicando em Salvador e se tornando um
dos amigos mais íntimos de Jorge Amado.
Publica, em 1947, pela Editora do Povo, do
Rio de Janeiro, "O amor de Castro Alves". É um ano de vários
acontecimentos na área do cinema para o escritor: a Atlântida compra os direitos de
"Terras do sem fim"; ele escreve os diálogos do filme "O cavalo
número 13", uma produção de Fernando de Barros e ainda o argumento de "Estrela
da manhã", que seria dirigido por Mário Peixoto, encarregado também do roteiro
(o filme acabou sendo feito, mas não por Peixoto). Nasce, no Rio de Janeiro, o filho
João Jorge.
Com o cancelamento, em janeiro de 1948, do
registro do Partido Comunista, o mandato de Jorge Amado é cassado. Sem assento na
Câmara Federal e tendo seus livros considerados como "material subversivo", o
escritor, ainda no mês de janeiro, parte sozinho em exílio voluntário para Paris. Em
fevereiro, sua casa no Rio é invadida por agentes federais, que apreendem livros, fotos e
documentos. Logo após o episódio, Zélia e o filho partem para Gênova, Itália, onde
Jorge os apanha, levando-os a residir com ele em Paris. É nesta ocasião que o escritor
trava amizade com Jean-Paul Sartre, Picasso e outros expoentes da literatura e da arte
mundial. Na Polônia, participa do Congresso Mundial de Escritores e Artistas pela Paz.
Com o título de "Terras violentas", estréia no Rio a adaptação da
Atlântida do romance "Terras do sem fim". Para comemorar o primeiro
aniversário do filho, escreve a história "O gato Malhado e a andorinha Sinhá".
Viaja pela Europa e União Soviética.
Em 1949, dirigindo-se para a
Tchecoslováquia, onde participaria de um congresso de escritores, sofre um acidente de
avião na cidade de Frankfurt, Alemanha; escapa ileso. Morre no Rio, "de
repente", conforme conta o escritor, sua filha Eulália.
Por motivos políticos, em 1950, o governo
francês expulsa Jorge Amado e sua família do país. O escritor, Zélia e João
Jorge passam a residir em Dobris, Tchecoslováquia, no castelo da União dos Escritores.
Realiza viagens políticas pela Europa Central e União Soviética. Escreve "O
mundo da paz", livro sobre os países socialistas.
No ano seguinte escreve o romance tripartido
"Os subterrâneos da liberdade" (Os ásperos tempos, Agonia da noite e
A luz no túnel). Sai no Brasil, pela Editorial Vitória, do Rio, o livro "O
mundo da paz" pelo qual Jorge Amado seria processado e enquadrado na lei
de segurança. Nasce em Praga sua filha Paloma. Recebe, em Moscou, o Prêmio Internacional
Stalin.
Vai à China e à Mongólia, em 1952. Volta
ao Brasil com a família fixando residência no apartamento de seu pai, no Rio de Janeiro.
Responde ao processo por "O mundo da paz". O juiz responsável pelo caso
arquiva o processo, dizendo que o livro "é sectário e não subversivo". Com a
aprovação, nos Estados Unidos, da lei anticomunista, o escritor é proibido de entrar
naquele país; seus livros também são vetados por lá.
Viaja à Europa, Argentina e Chile, em 1953.
Na última etapa do giro, é informado sobre a doença de Graciliano Ramos. Volta ao
Brasil para rever o amigo, que acabaria morrendo em seguida. Jorge Amado faz então
o discurso de despedida à beira do túmulo de Graciliano, a quem substitui na
presidência da Associação Brasileira de Escritores. Dirige a coleção "Romances
do povo", da Editorial Vitória; acabará fazendo este trabalho até 1956. Sai a
quinta edição de "O mundo da paz"; o escritor proíbe reedições da
obra, por acreditar que o livro "trazia uma visão desatualizada da realidade dos
países socialistas".
O romance "Os subterrâneos da
liberdade" é lançado em três volumes, em 1954. A trilogia provoca uma dura
reação dos trotskistas brasileiros, gerando polêmica com o jornalista Hermínio
Sacchetta (o "Abelardo Saquilá" do romance). Sai em Portugal, pela Editorial
Avante, um folheto de seis páginas assinado por Jorge Amado e Pablo Neruda, cujo objetivo
era contribuir para a libertação do líder comunista Álvaro Cunhal e marcar posição
contra o salazarismo.
De janeiro a março de 1955, permanece em
Viena. Em dezembro faz rápida viagem à Bahia.
É lançada, pela Ricordi brasileira, em
1956, a partitura de "Não te digo adeus", com letra de Jorge Amado e
música do músico e maestro amazonense Cláudio Santoro. Assume no Rio a chefia de
redação do quinzenário Para-todos, ao lado do irmão James, de Oscar Niemeyer e
Moacir Werneck de Castro, dentre outros. Sai do Partido Comunista, segundo explica,
"porque queria voltar a escrever". Jorge Amado diz que sabia desde 1954
das atrocidades de Stalin, denunciadas publicamente neste ano no XX Congresso do PCUS.
"Mas na realidade deixei de militar politicamente porque esse engajamento estava me
impedindo de ser escritor", afirma.
Viaja ao Oriente ao lado de Zélia, Pablo e
Matilde Neruda, em 1957. "Terras do sem fim" é lançado em quadrinhos.
Carlo Ponti, cineasta italiano, compra os direitos de "Mar morto"; mas o
filme não chega a ser realizado. Conhece a mãe-de-santo Menininha do Gantois, a quem
ficaria ligado até a morte dela, ocorrida em agosto de 1986.
Na tranqüilidade de Petrópolis, em 1958,
escreve "Gabriela, cravo e canela". O livro, publicado em agosto, esgota
20 mil exemplares em apenas duas semanas; até dezembro venderia mais de 50 mil
exemplares. Sai o disco "Canto de amor à Bahia e quatro acalantos de Gabriela,
cravo e canela", trazendo leituras de Jorge Amado e música de Dorival Caymmi.
No ano seguinte, "Gabriela"
coleciona prêmios: Machado de Assis, do Instituto Nacional do Livro; Jabuti, da Câmara
Brasileira do Livro e Luiza Cláudio de Souza, do Pen Club, são alguns deles. O romance
ultrapassa a casa dos 100 mil exemplares vendidos. Recebe em Salvador, do Axé Opô
Afonjá, um dos mais altos títulos do candomblé, o de obá orolu (também receberam tal
distinção o compositor Dorival Caymmi e o artista plástico Carybé). "Obá, no
sentido primitivo, é um dos doze ministros de Xangô", explica Jorge Amado.
Funda a Academia de Letras de Ilhéus. Lança na revista Senhor, do Rio de Janeiro,
a novela "A morte e a morte de Quincas Berro Dágua"; a idéia inicial
era que este texto, de 98 páginas datilografadas e escrito em dois dias, integrasse o
romance "Os pastores da noite". Naquela mesma publicação sairia o conto
"De como o mulato Porciúncula descarregou o seu defunto".
Na condição de vice-presidente da União
Brasileira de Escritores, Jorge Amado promove, com o então presidente Peregrino
Jr., o Festival do Escritor Brasileiro num shopping center de Copacabana, em 1960. A data
do evento, 25 de julho; acabaria sendo consagrada, por decreto governamental, como
"Dia do Escritor". Ciceroneia o casal Jean-Paul Sartre e Simone de Beauvoir em
sua estada no Brasil.
Por unanimidade, é eleito, no dia 6 de
abril de 1961, em primeiro escrutínio, para a cadeira 23 da Academia Brasileira de
Letras, que pertencia a Otávio Mangabeira. No mesmo mês estréia na Tv Tupi do Rio de
Janeiro a adaptação de "Gabriela" feita por Antônio Bulhões de
Carvalho e com direção de Maurício Sherman; no papeltítulo da novela está Janete
Vollu de Carvalho e no de Nacib, Renato Consorte. A Metro Goldwin Mayer compra os direitos
de adaptação para o cinema de "Gabriela". Com o dinheiro, Jorge
adquire um terreno em Rio Vermelho, então na periferia de Salvador, e começa a construir
lá uma casa. Anos depois, o escritor recompraria do estúdio americano os direitos do
romance. Ele assegura que não se lembra mais de nenhum dos valores negociados com a
Metro. A posse na ABL acontece no dia 17 de julho; lá Jorge Amado é recepcionado
por Raimundo Magalhães Jr. Saí "Os
velhos marinheiros", livro que comporta as novelas "A morte e a morte de
Quincas Berro Dáguá" e "A completa verdade sobre as discutidas
aventuras do comandante Vasco Moscoso de Aragão, capitão de longo curso". É
eleito membro do Conselho da Presidência do Pen Club do Brasil. O presidente Juscelino
Kubitschek convida-o para ser embaixador do Brasil na República Árabe Unida; o escritor
recusa o convite. Homenagens no Rio, na Bahia e em outros estados por seus 30 anos de
atividade literária; sua editora, a Martins, lança um livro alusivo à data. A revista
francesa Les Temps Modernes publica a tradução de "A morte e a morte de
Quincas Berro Dágua".
Seu pai morre no Rio de Janeiro, aos 81 anos
de idade, em 1962. Cria a Proa Filmes, companhia de cinema cujo primeiro e único trabalho
é a adaptação de "Seara vermelha", com direção de Alberto D'Avessa e
estrelada por Marilda Alves; o filme estrearia no ano seguinte. Saí, pela gráfica O
Cruzeiro, o romance policial "O Mistério dos MMM", escrito por Jorge
Amado, Viriato Corrêa, Dinah Silveira de Queiroz, Lúcio Cardoso, Herberto Sales, José
Condé, Guimarães Rosa, Antonio Callado, Orígenes Lessa e Rachel de Queiroz. Viagem a
Havana, a convite da União dos Escritores Cubanos.
"O cavaleiro da esperança"
é apreendido pela polícia, em 1963. Instalase na casa do bairro de Rio Vermelho (à
Rua Alagoinhas, 33), onde reside até falecer.
Lança
"Os pastores da noite", em 1964.
No ano seguinte
publica o conto "As mortes e o triunfo de Rosalinda" na antologia "Os
dez mandamentos", da editora Civilização Brasileira, do Rio de Janeiro. Graças
à intervenção de Guilherme Figueiredo, então adido cultural do Brasil na França,
Jorge Amado e sua família recebem autorização para poder entrar de novo naquele país.
A Warner Brothers adquire os direitos de filmagem de "A completa verdade sobre as
discutidas aventuras do comandante Vasco Moscoso de Aragão, capitão de longo curso".
Mais de mil
pessoas comparecem à primeira sessão de autógrafos de Jorge Amado em Portugal,
em 1966, na Sociedade Nacional de Belas Artes. O escritor chega aos mil autógrafos no
lançamento de "Dona Flor e seus dois maridos" na livraria Civilização
Brasileira, em Salvador. O romance sai com tiragem de 75 mil exemplares. Uma segunda
sessão de autógrafos é marcada na capital baiana para atender aos leitores que ficaram
de fora da primeira.
![]() Jorge Amado por Carlos Scliar, artista plástico gaúcho, 1947. A União Brasileira de Escritores, presidida por Peregrino Jr., apresenta em Estocolmo a candidatura formal de Jorge Amado ao Prêmio Nobel de Literatura, em 1967, embora o escritor a recuse. Durante duas horas e meia, Jorge depõe para o arquivo do Museu da Imagem e do Som, na presença de James Amado, do crítico Eduardo Portella e do romancista Antonio Olinto, dentre outros.
A UBE insiste em
apresentar novamente a candidatura de Jorge Amado ao Nobel, em 1968. O escritor
concorda, mas exige que ela seja feita junto com a do romancista português Ferreira de
Castro, seu amigo. O cineasta polonês Roman Polanski visita o escritor na Bahia para
"agradecer a alegria que seus livros me proporcionaram na juventude".
No ano seguinte
lança "Tenda dos milagres" (tiragem de 75 mil exemplares), livro que
começou a escrever na casa de campo do pintor baiano Genaro de Carvalho. Jorge dizia ter
sido este seu melhor romance.
Recebe em São
Paulo o Prêmio Juca Pato - 1970, da União Brasileira de Escritores, como
"Intelectual do Ano". Lidera, ao lado do escritor gaúcho Érico Veríssimo, um
movimento contra a censura prévia aos livros. Estréia o filme "Capitães da
areia", produção americana dirigida por Hall Bartlett.
Seu primeiro
neto, Bruno, filho de João Jorge e Maria da Luz Celestino nasce em Salvador, em 1971.
Divide com Ferreira de Castro o Prêmio Gulbenkian de Ficção, entregue na Academia do
Mundo Latino, em Paris. Faz conferência no Instituto de Letras da Universidade da
Pensilvânia.
Sua mãe morre
em Salvador, aos 88 anos de idade, em 1972. Nasce Mariana, a primeira neta, filha de
Paloma e Pedro Costa. Sai "Tereza Batista cansada de guerra". A escola de
samba Lins Imperial, do Rio de Janeiro, apresenta o enredo "Bahia de Jorge Amado".
Numa viagem à Europa encontra, em Barcelona, o escritor colombiano Gabriel García
Márquez, futuro Nobel de Literatura (1982).
Nasce Maria
João, filha de João Jorge e Maria da Luz, em 1973. Fernando Sabino dirige um
documentário sobre Jorge Amado, "Na casa do Rio Vermelho".
Inaugurado em
Salvador o Hotel Pelourinho, com registro em placa da época em que o escritor morou
naquele local, em 1974.
A Martins, que
havia pedido concordata no ano anterior, começa a lançar livros de Jorge Amado em
co-edição com a Record, do Rio de Janeiro, em 1975. Marcel Camus leva para o cinema o
romance "Os pastores da noite", que é exibido na França com o título
de "Otalia da Bahia". Este é o ano também da estréia do maior sucesso
do escritor na TV: a adaptação de Walter George Durst do romance "Gabriela,
cravo e canela", levada ao ar pela Rede Globo, com direção de Walter Avancini,
Sônia Braga no papel-título e Armando Bogus interpretando Nacib.
Com o fechamento
da Livraria Martins Editora, em 1976, Jorge passa a ser autor exclusivo da Record.
Nasce a neta Cecília, filha de Paloma e Pedro Costa. Estréia no cinema "Dona
Flor e seus dois maridos", de Bruno Barreto, com Sônia Braga, José Wilker e
Mauro Mendonça. Após três meses de exibição o filme bate recorde de bilheteria —
dez milhões de espectadores. Na Bahia, começa a escrever "Tieta do Agreste".
Participa da Feira Internacional do Livro de Frankfurt; que neste ano é dedicada à
literatura latino-americana. A pedido do filho João Jorge e do amigo Carybé, que faz as
ilustrações, publica "O gato Malhado e a andorinha Sinhá".
No ano seguinte,
cercado de intensa campanha publicitária, é lançado no Rio o romance "Tieta do
Agreste", que Jorge Amado concluíra em Londres. Também no Rio o autor,
participa do ato de inauguração da rua Tieta do Agreste, localizada no Recreio dos
Bandeirantes, zona sul da cidade. Recebe o título de sócio benemérito do afoxé Filhos
de Gandhi. Estréia "Tenda dos milagres", filme de Nelson Pereira dos
Santos. Interpreta um dos apóstolos de Cristo na cena da "Última Ceia"
do filme A Idade da Terra, de Glauber Rocha. A casa onde o escritor viveu em
Ferradas é tombada pela Prefeitura de Itabuna. Grava no Rio, para a Biblioteca do
Congresso dos Estados Unidos, trechos de seus romances "Os pastores da noite"
e "Tereza Batista cansada de guerra".
Em 1978, Glauber
Rocha realiza documentário abordando a obra de Jorge Amado. O escritor oficializa,
no dia 13 de maio, sua união com Zélia Gattai; a cerimônia acontece na casa do pintor
Calasans Neto, em Itapuã.
Sai "Farda
fardão camisola de dormir", em 1979. Estréia na Broadway o musical Saravá,
de Richard Nash e Mitch Leigh, baseado em "Dona Flor e seus dois maridos".
Escreve, sob encomenda de um banco, para uma edição especial de fim de ano, o conto
"Do recente milagre dos pássaros acontecido em terras de Alagoas, nas ribanceiras
do rio São Francisco". Lança em disco, pela Som Livre, uma versão do livro
"Bahia de Todos os Santos".
Nasce João
Jorge Filho, em 1980, outro neto que lhe é dado por João Jorge e Maria da Luz. A revista
Vogue Brasil dedica um número a Jorge Amado, que escreve o texto "O
menino grapiúna", onde conta reminiscências da época em que viveu na região
cacaueira. Daí surgiu a idéia de "Tocaia Grande", que falaria do
nascimento e desenvolvimento de uma cidade naquela área. Recebe o título de Doutor
Honoris Causa da Universidade Federal da Bahia. É condecorado como Grande Oficial da
Ordem de Santiago da Espada pelo presidente português Ramalho Eanes. Participa, na
condição de convidado especial, do programa L'apostrophe, da televisão francesa,
comandado por Bernard Pivot.
"O
menino grapiúna" é lançado numa edição não-comercial, em 1981. O jornal
francês Le Matin publica o conto "Do recente milagre dos pássaros
acontecido em terras de Alagoas, nas ribanceiras do rio São Francisco". "Terras
do sem fim" estréia na Tv Globo (adaptação de Walter George Durst e direção
de Herval Rossano); na trilha sonora, Jorge Amado assina, com Dorival Caymmi, a
música Cantiga de cego. No centenário de Ilhéus, o escritor é homenageado com
uma placa e uma escultura de bronze numa rua que leva seu nome; uma outra rua ganha o nome
de seu pai. É entrevistado em Salvador pelo escritor peruano Mario Vargas Llosa, que à
época apresentava, nas noites de domingo, um programa na TV de seu país.
O autor passa a
ser nome de rua em Itapuã, em 1982. É homenageado no carnaval de Salvador pelo bloco
Dengo da Bahia, que apresenta o enredo Bahia de Jorge Amado. Começa a escrever
"Bóris, o vermelho", que, por diferentes motivos, seria seguidamente
interrompido e acabou não sendo concluído. Na primeira vez que adiou a redação
de "Bóris",
disse que foi "porque a idéia não estava bem amadurecida". Jorge Amado
inicia "Tocaia Grande". A Caixa Econômica Federal lança seis milhões
de bilhetes de loteria com a efígie do escritor. Zélia Gattai publica Um chapéu para
viagem, onde conta como conheceu Jorge. Sai a edição comercial de "O
menino grapiúna".
Nasce Jorge
Amado Neto, filho de João Jorge com sua segunda mulher, Rízia Vaz Coutrim, em 1983.
Inaugurado em Ferradas um busto do escritor. Estréia o filme "Gabriela",
co-produção BrasilItália dirigida por Bruno Barreto com Sônia Braga no papel-título
e o ator italiano Marcello Mastroianni interpretando Nacib.
Em 1984, publica
"Tocaia Grande" (com uma anunciada tiragem inicial de 150 mil
exemplares). Tenta retomar "Bóris, o vermelho", mas o deixa de lado para
escrever "A guerra dos santos", título original do romance que se
chamaria "O sumiço da santa". O presidente francês, François
Mitterrand, outorga-lhe a comenda da Legião da Honra. Lança "A bola e o
goleiro", uma história infantil. Começa a articular a criação da Fundação Casa
de Jorge Amado. Zélia publica Senhora dona do baile, onde fala do primeiro exílio
do escritor.
Toma posse na
Academia de Letras da Bahia (cadeira 21), em 1985. Recebe o título de Grão-Mestre da
Ordem do Rio Branco, no grau de Grande Oficial, oferecido pelo governo brasileiro.
Participa do Festival de Cinema de Cannes. É homenageado pelo Centro Georges Pompidou, de
Paris, onde se realiza um debate sobre sua obra. Estréia na Rede Globo a minissérie
"Tenda dos milagres" (adaptação de Aguinaldo Silva e Regina Braga e
direção de Paulo Afonso Grisolli, Maurício Farias e Ignácio Coqueiro; no papel de
Pedro Archanjo, Nelson Xavier).
Morre, em 1986,
aos 73 anos de idade, sua ex-esposa Matilde Mendonça Garcia Rosa. Participa, como
presidente do júri, do VIII Festival Internacional do Novo Cinema Latino-Americano, em
Cuba; na ocasião, é homenageado por Fidel Castro. Decreto assinado pelo presidente José
Sarney no dia 2 de julho, data de aniversário de Zélia Gattai, cria a Fundação Casa de
Jorge Amado. Lança, pela Berlendis & Vertecchia, de São Paulo, "O capeta
Carybé", sobre o artista plástico argentino, nascido Hector Julio Páride
Bernabó, seu amigo desde os anos 50, quando se instalou na Bahia.
Inaugurada, no
dia 7 de março de 1987, a Fundação Casa de Jorge Amado, que passa a desenvolver intenso
trabalho de preservação e divulgação da obra do escritor. Na presidência da entidade
está Germano Tabacof e na diretoria executiva, Myriam Fraga. O símbolo da Casa é um exu
desenhado por Carybé, que já vinha aparecendo nas edições dos livros de Jorge Amado.
Segundo o escritor, exu é um deus dos mais importantes nas religiões fetichistas; se
elas admitissem a existência do diabo, ele seria o diabo. Segundo as mães-de-santo,
"exu é uma divindade travessa, uma criança, que adora pregar peças e,
principalmente, não admite censura". Recebe o título de Doutor Honoris Causa da
Universidade Lumière, da cidade francesa de Lyon. Lançamento da revista Exu, da
Fundação Casa de Jorge Amado; o número de estréia traz uma bibliografia do escritor e
um texto dele intitulado "O enterro do Yalorixá". Zélia lança o livro Reportagem
incompleta, que reúne fotos que ela fez de Jorge Amado. O escritor recebe o
título de sócio honorário do Pen Club do Brasil. Lançado 0 filme "Jubiabá",
dirigido por Nelson Pereira dos Santos.
Zélia Gattai
publica, em 1988, Jardim de inverno, onde fala do exílio na Tchecoslováquia em
companhia de Jorge Amado. A Orquestra Sinfônica da Bahia, sob regência do maestro
Carlos Veiga, apresenta uma peça do compositor paulista Francisco Mignone inspirada em
"A morte e a morte de Quincas Berro Dágua". Publica "O sumiço
da santa". Recebe em Brasília o Prêmio Pablo Picasso, da Unesco, durante o
Simpósio Internacional de Escritores da América Latina e do Caribe. Inauguração, em
Ilhéus, da Casa de Cultura Jorge Amado.
A escola de
samba Império Serrano, do Rio de Janeiro, apresenta o enredo "Jorge Amado - Axé,
Brasil", em 1989. Recebe o Prêmio Pablo Neruda, da Associação dos Escritores
Soviéticos. Estréia na Rede Globo a novela "Tieta", com adaptação de
Aguinaldo Silva, Ana Maria Moretzsohn e Ricardo Linhares e direção de Paulo Ubiratan,
Reynaldo Boury e Luiz Fernando Carvalho; no papel-título, Bety Faria. Jorge Amado
é entrevistado no programa do escritor Georges Simenon na TF1 (França). Escreve texto em
favor da candidatura à Presidência da República, pelo Partido Comunista Brasileiro, do
deputado federal Roberto Freire (PE). Estréia na Tv Bandeirantes a minissérie "Capitães
da areia", com adaptação de José Louzeiro e Antonio Carlos Fontoura e
direção de Walter Lima Jr.
Em 1990,
participa, como representante do Brasil, da comissão internacional que dará assessoria
ao projeto de reconstrução da antiga biblioteca de Alexandria, no Egito. Aberto em
Recife o arquivo do DOPS (Departamento de Ordem Política e Social) pernambucano, no qual
o prontuário de número 6.172 trata das atividades políticas de Jorge Amado.
Recebe o título de Doutor Honoris Causa da Universidade de Israel e da Universidade Dagli
Studi de Bari, Itália. Na Itália recebe os prêmios Cino del Duca, concedido por um
júri presidido pelo escritor Maurice Druon, secretário-geral da Academia Francesa. A
Universidade Livre de Berlim realiza o seminário "Cultura popular na obra de Jorge
Amado".
Paralelamente a
"Bóris, o vermelho", escreve "Navegação de cabotagem",
relato memorialístico, em 1991. Recebe o teatrólogo e novelista Dias Gomes na Academia
Brasileira de Letras. Escreve, sob encomenda, para uma empresa italiana, a história
"A descoberta da América pelos turcos", que deveria ser incluída num
livro ao lado de textos do americano Norman Mailer e do mexicano Carlos Fuentes. Preside o
14° Festival Cultural de Asylah, Marrocos, cujo tema é "Mestiçagem, o exemplo do
Brasil". Participa do Fórum Mundial das Artes em Veneza, Itália.
Estréia na Rede
Globo, em 1992, a minissérie "Tereza Batista" (com adaptação de
Vicente Sesso, direção de Paulo Afonso Grisolli e Patrícia França no papel-título).
Publica "Navegação de cabotagem". Uma série de eventos comemora os 80
anos do escritor. As principais homenagens, naturalmente, se concentram em Salvador: shows
no Pelourinho, debates, exposições. Para festejar a data, a Fundação Casa de Jorge
Amado publica o livro "Jorge Amado: 80 anos de vida e obra", organizado
por Maried Carneiro e Rosane Canelas Rubim. Paloma Amado e Pedro Costa iniciam a revisão
completa da obra do escritor, a fim de eliminar erros acumulados ao longo das sucessivas
reedições de seus livros. É homenageado no Centro Georges Pompidou com a exposição Jorge
Amado, écrivain de Bahia; no mesmo local participa do seminário "Reencontro de
dois mundos", realizado para comemorar o quarto centenário do descobrimento da
América.
Publica, em
1994, no Brasil, "A descoberta da América pelos turcos" (o projeto do
livro com Mailer e Fuentes não vingara, mas o texto de Jorge Amado já tinha
saído em 1992 na França). "Gabriela, cravo e canela" inaugura a série
de relançamentos revisados da obra do escritor.
Recebe, dos
governos brasileiro e português, o Prêmio Camões, em 1995. Começa a escrever um
romance provisoriamente intitulado "A apostasia universal de Água Brusca",
que focaliza a luta pelo poder entre a igreja e os coronéis do sertão baiano. Recebe o
título de Doutor Honoris Causa da Universidade de Pádua, Itália; também na Itália é
contemplado com o Prêmio Vitaliano Brancatti. João Moreira Salles realiza o
documentário "Jorge Amado".
Em maio de 1996,
o escritor sofre em Paris um edema pulmonar. Depois de dez dias de internação, recebe
alta e viaja para Salvador, onde em julho comemora com os amigos os 80 anos de Zélia.
Estréia "Tieta do Agreste", filme de Cacá Diegues, que também assina o
roteiro, ao lado de João Ubaldo Ribeiro e Antonio Calmon. No papeltítulo, Sônia
Braga. Em outubro, é submetido a uma angioplastia. A operação mobiliza atenções do
país inteiro e é coroada de pleno êxito. Na saída do hospital o escritor anuncia que
retomará "brevemente" seus projetos literários.
O romance "Tieta
do Agreste" é escolhido como tema do carnaval de Salvador, em 1997. No domingo
de folia, o bloco "Amigos do Amado Jorge", liderado pelo cantor e compositor
Caetano Veloso, desfila em homenagem ao romancista, que assiste à festa ao lado de Zélia
Gattai no camarote da passarela da Praça do Campo Grande. A editora Record lança "Milagre
dos Pássaros", livro com conto ainda inédito no Brasil.
No Salão do
Livro de Paris, em 1998, é uma das principais atrações e recebe o título de Doutor
Honoris Causa na Sorbonne. Estréia na Rede Globo a mini-série "Dona Flor e
seus dois maridos", adaptação de Dias Gomes para o romance de mesmo nome.
Em maio de 1999,
é hospitalizado para fazer exames de rotina e tratar de um mal-estar digestivo. Em
junho, a Fundação Casa de Jorge Amado lança o livro "Rua Alagoinhas 33, Rio
Vermelho", sobre a casa em que o autor vivia e sobre seu cotidiano.
Cada vez mais
recluso, face a seus problemas de saúde, comemora em agosto de 2000, com poucos amigos e
a família, seus 88 anos. Vivia deprimido por se encontrar quase sem enxergar, sob dieta
rigorosa, privando-se do que muito gostava: de escrever, de ler um bom livro e de um bom
prato.
No dia 21 de
junho de 2001, Jorge Amado é internado com uma crise de hiperglicemia e tem uma
fibrilação cardíaca. Após alguns dias, retorna à sua casa, porém, em 06 de agosto
volta a se sentir mal e falece na cidade de Salvador às 19,30 horas. A seu pedido,
seu corpo foi cremado e suas cinzas foram espalhadas em torno de uma mangueira em sua
residência no Rio Vermelho.
Leia a linda
crônica escrita por João Ubaldo Ribeiro, "Jorge Amado e eu", onde nos
fala da dor pela perda de seu grande amigo e incentivador.
Bibliografia
Individuais
Romances: - O País do Carnaval, 1931 - Cacau, 1933 - Suor, 1934 - Jubiabá, 1935 - Mar Morto, 1936 - Capitães da Areia, 1936 - Terras do Sem Fim, 1943 - São Jorge dos Ilhéus, 1944 - Seara Vermelha, 1946 - Os Subterrâneos da Liberdade (3v), 1954 (v. 1:Os Ásperos Tempos; v. 2: Agonia da Noite; v. 3: A Luz no Túnel) - Gabriela, Cravo e Canela: crônica de uma cidade do interior, 1958 - Os Pastores da Noite, 1964 - Dona Flor e Seus Dois Maridos: esotérica e comovente história vivida por Dona Flor, emérita professora de Arte Culinária, e seus dois maridos — o primeiro, Vadinho de apelido; de nome Teodoro Madureira e farmacêutico o segundo ou A espantosa batalha entre o espírito e a matéria, 1966 - Tenda dos Milagres, 1969 - Teresa Batista Cansada da Guerra, 1972 - Tieta do Agreste: pastora de cabras ou A volta da filha pródiga, melodramático folhetim em cinco sensacionais episódios e comovente epílogo: emoção e suspense!, 1977 - Farda Fardão Camisola de Dormir:fábula para acender uma esperança, 1979 - Tocaia Grande: a face obscura, 1984 - O Sumiço da Santa: uma história de feitiçaria, 1988 - A Descoberta da América pelos Turcos ou De como o árabe Jamil Bichara, desbravador de florestas, de visita à cidade de Itabuna, para dar abasto ao corpo, ali lhe ofereceram fortuna e casamento ou ainda Os esponsais de Adma, 1994 - O Compadre de Ogum, 1995
Novelas
- A Morte e a Morte de
Quincas Berro Dágua, 1959
- A Morte e a Morte de Quincas Berro Dágua (publicada juntamente com Os Velhos Marinheiros ou A completa verdade sobre as discutidas aventuras do Comandante Vasco Moscoso de Aragão, capitão de longo curso, in Os velhos marinheiros, 1961 - Os Velhos Marinheiros ou A completa verdade sobre as discutidas aventuras do comandante Vasco Moscoso de Aragão, capitão de longo curso, 1976
Literatura
Infanto-Juvenil:
- O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá: uma história de amor, 1976 - A Bola e o Goleiro, 1984 - O Capeta Carybé, 1986
Poesia:
- A Estrada do Mar, 1938
Teatro:
- O Amor do Soldado, 1947 (ainda com o título O Amor de Castro Alves), 1958
Contos:
- Sentimentalismo, 1931 - O homem da mulher e a mulher do homem, 1931 - História do carnaval, 1945 - As mortes e o triunfo de Rosalinda, 1965 - Do recente milagre dos pássaros acontecido em terras de Alagoas, nas ribanceiras do rio São Francisco, 1979 - O episódio de Siroca, 1982 - De como o mulato Porciúncula descarregou o seu defunto, 1989
Relatos
autobiográficos:
- O menino grapiúna, 1981 - Navegação de cabotagem: apontamentos para um livro de memórias que jamais escreverei, 1992
Textos
autobiográficos:
- ABC de Castro Alves, 1941 - O cavaleiro da esperança, 1945
Guia/Viagens:
- Bahia de Todos os Santos: guia de ruas e de mistérios, 1945 - O mundo da paz (viagens), 1951 - Bahia Boa Terra Bahia, 1967 - Bahia, 1970 - Terra Mágica da Bahia, 1984.
Documento
político/Oratória:
- Homens e coisas do Partido Comunista, 1946 - Discursos, 1993
Livro traduzido:
- Dona Bárbara (Doña Barbara), romance do venezuelano Rómulo Gallegos, 1934
Em parceria:
- Lenita (novela), com Edison Carneiro e Dias da Costa, 1929 - Descoberta do mundo (literatura infantil), com Matilde Garcia Rosa, 1933 - Brandão entre o mar e o amor, com José Lins do Rego, Graciliano Ramos, Aníbal Machado e Rachel de Queiroz, 1942 - O mistério de MMM, com Viriato Corrêa, Dinah Silveira de Queiroz, Lúcio Cardoso, Herberto Sales, Rachel de Queiroz, José Condé, Guimarães Rosa, Antônio Callado e Orígines Lessa, 1962
Publicações no
exterior:
Segundo a Fundação Casa de Jorge Amado, existem registros oficiais de traduções de obras do escritor para os seguintes idiomas: azerbaidjano, albanês, alemão, árabe, armênio, búlgaro, catalão, chinês, coreano, croata, dinamarquês, eslovaco, esloveno, espanhol, esperanto, estoniano, finlandês, francês, galego, georgiano, grego, guarani, hebraico, holandês, húngaro, iídiche, inglês, islandês, italiano, japonês, letão, lituano, macedônio, moldávio, mongol, norueguês, persa, polonês, romeno, russo, sérvio, sueco, tailandês, tcheco, turco, turcumênio, ucraniano e vietnamita (48 no total). Essas traduções foram publicadas no mínimo nos seguintes países: Albânia, Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, Armênia, Áustria, Azerbaidjão, Bulgária, Canadá, Chile, China, Colômbia, Coréia do Norte, Coréia do Sul, Cuba, Dinamarca, Espanha, Estados Unidos, Eslováquia, Estônia, Finlândia, França, Geórgia, Grécia, Holanda, Hungria, Inglaterra, Irã, Islândia, Israel, Itália, Iugoslávia, Japão, Letônia, Lituânia, México, Mongólia, Noruega, Paraguai, Polônia, Portugal, República Tcheca, Romênia, Rússia, Suécia, Tailândia, Turquia, Ucrânia, Uruguai, Venezuela e Vietnã; o Brasil também deve ser computado em função da edição nacional em esperanto, totalizando 52 nações. Dados extraídos de livros do autor, portais da Internet, outros livros e revistas e, em especial, dos Cadernos de Literatura Brasileira publicados pelo Instituto Moreira Salles. |
terça-feira, 10 de abril de 2012
Fernando Sabino
Fernando Tavares Sabino, filho do procurador de partes e representante comercial Domingos Sabino, e de D. Odete Tavares Sabino, nasceu a 12 de outubro de 1923, Dia da Criança, em Belo Horizonte.
Dados obtidos em livros do autor e de "Quadrante II", Editora do Autor, 1968, de "Obra Reunida", Ed. Nova Aguilar - Rio de Janeiro,m e "Fernando Sabino - Perfis do Rio", Relume Dumará, Rio de Janeiro, 2000.
(...) A negrinha agarra finalmente o bolo com as duas mãos sôfregas e põe-se a comê-lo. A mulher está olhando para ela com ternura — ajeita-lhe a fitinha no cabelo crespo, limpa o farelo de bolo que lhe cai ao colo. O pai corre os olhos pelo botequim, satisfeito, como a se convencer intimamente do sucesso da celebração. Dá comigo súbito, a observá-lo, nossos olhos se encontram, ele se perturba, constrangido — vacila, ameaça abaixar a cabeça, mas acaba sustentando o olhar e enfim se abre num sorriso. Assim eu quereria minha última crônica: que fosse pura como esse sorriso. (A Última Crônica)

Fernando Tavares Sabino, filho do procurador de partes e representante comercial Domingos Sabino, e de D. Odete Tavares Sabino, nasceu a 12 de outubro de 1923, Dia da Criança, em Belo Horizonte.
Em 1930, após aprender a ler com a mãe,
ingressa no curso primário do Grupo Escolar Afonso Pena, tendo como colega Hélio
Pellegrino, que já era seu amigo dos tempos do Jardim da Infância. Torna-se leitor
compulsivo, de tal forma que mais de uma vez chega em casa com um galo na testa, por haver
dado com a cabeça num poste ao caminhar de livro aberto diante dos olhos. Desde cedo
revela sua inclinação para a música, ouvindo atentamente sua irmã e o pai ao piano.
Em 1934, entra para o escotismo, onde
permanece até os 14 anos. Disse ele em sua crônica "Uma vez escoteiro":
"Levei seis anos de minha infância com um lenço enrolado no pescoço, flor-de-lis na lapela e pureza no coração, para descobrir que não passava de um candidato à solidão. Alguma coisa ficou, é verdade: a certeza de que posso a qualquer momento arrumar a minha mochila, encher de água o meu cantil e partir. Afinal de contas aprendi mesmo a seguir uma trilha, a estar sempre alerta, a ser sozinho, fui escoteiro — e uma vez escoteiro, sempre escoteiro".
"Levei seis anos de minha infância com um lenço enrolado no pescoço, flor-de-lis na lapela e pureza no coração, para descobrir que não passava de um candidato à solidão. Alguma coisa ficou, é verdade: a certeza de que posso a qualquer momento arrumar a minha mochila, encher de água o meu cantil e partir. Afinal de contas aprendi mesmo a seguir uma trilha, a estar sempre alerta, a ser sozinho, fui escoteiro — e uma vez escoteiro, sempre escoteiro".
Com 12 anos incompletos, em 1935,
torna-se locutor do programa infantil "Gurilândia" da Rádio Guarani de
Belo Horizonte. Freqüenta o Curso de Admissão de D. Benvinda de Carvalho Azevedo,
no qual adquire conhecimentos de gramática que lhe serão muito úteis no futuro em sua
profissão.
Ingressa no curso secundário do Ginásio
Mineiro, onde demonstra grande interesse pelo estudo de Português. Suas primeiras
tentativas literárias sofrem influências dos livros de aventuras que vive lendo,
principalmente Winnetou, de Karl May, e dos romances policiais de Edgar Wallace,
Sax Rohmer e Conan Doyle, entre outros. Nessa época, por iniciativa do irmão Gerson, tem
seu primeiro conto policial estampado na revista "Argus", órgão
da Secretaria de Segurança de Minas Gerais. Passada a primeira emoção vem o
desapontamento: o nome do autor, na revista, consta como sendo Fernando Tavares
"Sobrinho".
Em 1938, ajuda a fundar um jornalzinho
chamado "A Inúbia" (mesmo sem saber exatamente o que isso vem
significar) no Ginásio Mineiro. Ao final do curso, embora desatento,
"levado" e irrequieto, conquista a medalha de ouro como o primeiro aluno da
turma. Começa a colaborar regularmente com artigos, crônicas e contos nas revistas
"Alterosas" e "Belo Horizonte". Participa de concursos
de crônicas sobre rádio e de contos, obtendo seguidos prêmios.
Nadador, em 1939, bate vários recordes
em sua especialidade: o nado de costas. Compete e ganha inúmeras medalhas em
campeonatos nas cidades de Uberlândia, São Paulo e Rio de Janeiro. Participa da Maratona
Nacional de Português e Gramática Histórica, empatando com Hélio Pellegrino no segundo
lugar em Minas Gerais e em todo o Brasil. Viajam juntos ao Rio para receber em
sessão solene o prêmio das mãos do mineiro Gustavo Capanema, então Ministro da
Educação.
Aprende taquigrafia, em 1940, para
escrever mais depressa. Começa a ler, com grande obstinação, os clássicos portugueses
a partir dos quinhentistas Gil Vicente e João de Barros, entre outros, até os
romancistas como Alexandre Herculano, Almeida Garrett e Camilo Castelo Branco. Antes
de chegar a Eça de Queiroz e a Machado de Assis, aos 17 anos, está decidido a ser
gramático. Escreve um artigo de crítica sobre o dicionário de Laudelino Freire,
que tem o orgulho de ver estampado no jornal de letras "Mensagem",
graças ao diretor Guilhermino César, escritor mineiro que se torna amigo de Fernando
Sabino e seu grande incentivador. João Etienne Filho, secretário de "O
Diário", órgão católico, é outro a estimulá-lo no início de sua
carreira. Nele publica artigos literários, juntamente com Otto Lara Resende, Paulo
Mendes Campos e Hélio Pellegrino, formando com eles um grupo de amigos para sempre.
No período de 1941 a 1944 presta
serviço militar na Arma de Cavalaria do CPOR. Inicia o curso superior na Faculdade
de Direito. Convive com escritores e, por indicação de seu amigo Murilo Rubião,
ingressa no jornalismo como redator da "Folha de Minas". Orientado
por Marques Rebelo, reúne seus primeiros contos no livro "Os Grilos não Cantam
Mais", publicado no Rio de Janeiro à sua própria custa. Bem recebido pela
crítica, lhe vale principalmente pela carta recebida de Mário de Andrade, a partir da
qual inicia com ele uma correspondência das mais preciosas para a sua carreira de
escritor. (veja em Lições do
Mestre). Colabora no jornal literário do Rio "Dom Casmurro", revista
"Vamos Ler" e "Anuário Brasileiro de Literatura".
Em 1942, é admitido como funcionário da
Secretaria de Finanças de Minas Gerais e dá aulas, nas horas vagas, de Português no
Instituto Padre Machado. Conhece pessoalmente o poeta Carlos Drummond de Andrade, dele se
tornando amigo através de correspondência e, mais tarde, no Rio, de convivência.
No ano seguinte é nomeado oficial de
gabinete do secretário de Agricultura. Faz estágio de três meses como aspirante no
Quartel de Cavalaria de Juiz de Fora, período que serviria de inspiração para
hilariantes episódios no livro "O Grande Mentecapto". Inicia uma
colaboração regular para o jornal "Correio da Manhã", do Rio e conhece
seu futuro amigo Vinicius de Moraes. Prepara sua mudança para o Rio de Janeiro. Publica o
ensaio "Eça de Queiroz em face do cristianismo" na revista "Clima",
de São Paulo (SP).
Integra, em 1944, a equipe mineira na
Olimpíada Universitária de São Paulo, como pretexto para conhecer pessoalmente Mário
de Andrade. Lêem, em voz alta, os originais da novela "A Marca", que é
publicada em seguida pela José Olympio Editora. Muda-se para o Rio, assumindo o
cargo de Oficial do Registro de Interdições e tutelas da Justiça do Distrito
Federal. Convive com Rubem Braga, Vinicius de Moraes, Carlos Lacerda, Di Cavalcanti,
Moacyr Werneck de Castro, Manuel Bandeira e Augusto Frederico Schmidt, entre outros.
Participa da delegação mineira no
Congresso Brasileiro de Escritores em São Paulo, no ano de 1945, onde, durante a sessão
plenária de encerramento, em desafio à polícia ali presente, sugere ao publico que seja
lida a Moção de Princípios proclamada pelo Congresso, exigindo do ditador Getúlio
Vargas a abolição da censura e a restauração do regime democrático no Brasil, com
convocação de eleições diretas. Conhece Clarice Lispector, dando início a uma intensa
amizade.
No ano seguinte forma-se em Direito e licencia-se do cargo que exerce na Justiça, embarcando com Vinícius de Moraes para os Estados Unidos. Passa a residir em Nova York, trabalhando no Escritório Comercial do Brasil e, posteriormente, no Consulado Brasileiro. Começa a escrever o romance "O Grande Mentecapto", que só viria retomar 33 anos depois. Colabora com o jornal "Diário de Notícias", do Rio.
No ano seguinte forma-se em Direito e licencia-se do cargo que exerce na Justiça, embarcando com Vinícius de Moraes para os Estados Unidos. Passa a residir em Nova York, trabalhando no Escritório Comercial do Brasil e, posteriormente, no Consulado Brasileiro. Começa a escrever o romance "O Grande Mentecapto", que só viria retomar 33 anos depois. Colabora com o jornal "Diário de Notícias", do Rio.
Em 1947, envia crônicas de Nova York
para serem publicadas aos domingos nos jornais "Diário Carioca" e "O
Jornal", do Rio, que são transcritas por diversos jornais do resto do
país. Começa a escrever "Ponto de Partida" (romance), e outro,
"Movimentos Simulados", os quais não chega a concluir mas que serão
aproveitados em "Encontro Marcado". Realiza uma série de entrevistas com
Salvador Dali e faz reportagem sobre Lazar Segal.
Volta ao Brasil em 1948, a bordo de um
navio cargueiro que se incendeia em meio a uma tempestade, a caminho de Bermudas. No
Rio, é transferido para o cargo de escrivão da Vara de Órfãos e
Sucessões. Crônica semanal no Suplemento Literário de "O Jornal".
Em 1949, escreve crônicas e artigos para
diversos jornais brasileiros. Em 1950, reúne várias delas sobre sua experiência
americana no livro "A Cidade Vazia".
Publicação em tiragem limitada do livro
"A Vida Real", em 1952, composto de novelas sob a inspiração de "emoções
vividas durante o sono". Escreve, sob o pseudônimo de Pedro Garcia de Toledo,
diariamente, "O Destino de Cada Um", nota policial no jornal "Diário
Carioca". Escreve crônicas com o título geral "Aventuras do
Cotidiano", no "Comício", "semanário independente"
fundado e dirigido por Joel Silveira, Rafael Correia de Oliveira e Rubem
Braga. Colaboração com a revista "Manchete" a partir do primeiro
número, que se prolongará por 15 anos, a princípio sob o título "Damas e
Cavalheiros", posteriormente "Sala de Espera" e "Aventuras
do Cotidiano".
Em 1954 faz campanha política no Recife
e em Fortaleza, a convite de Carlos Lacerda. Lança tradução do dicionário de
Gustave Falubert. Viaja pelo sul do Brasil em companhia de Millôr Fernandes. Em
companhia de Otto Lara Resende, então diretor da "Manchete", antecipa em
entrevista pessoal e exclusiva o lançamento da candidatura do General Juarez Távora à
Presidência da República.
Juscelino Kubitscheck, governador de
Minas Gerais, também candidato à Presidência, o convida para jantar no Palácio
Mangabeiras, em 1955. Decepcionado com a conversa, assume no "Diário
Carioca" a cobertura da agitada campanha de Juarez Távora. Viaja por todo o
país — mais de 150 cidades — em companhia do mineiro Milton Campos, candidato a
vice.
Em 1956, publica o romance "O
Encontro Marcado", um grande sucesso de crítica e de público, com uma média de
duas edições anuais no Brasil e várias no exterior, além de adaptações teatrais no
Rio e em São Paulo.
É exonerado, a pedido, em 1957, do cargo
de escrivão, passando a viver exclusivamente de sua produção intelectual como escritor
e jornalista. Passa a escrever crônica diária para o "Jornal do Brasil"
e mensal para a revista "Senhor".
O relato da viagem à Europa, feita pela
primeira vez por Fernando Sabino em 1959 está no livro "De Cabeça para
Baixo". Comparece ao lançamento de "O Encontro Marcado" em
Lisboa, Portugal. Visita vários países, remetendo crônicas diárias para o "Jornal
do Brasil", semanais para "Manchete" e mensais para a revista
"Senhor", perfazendo um total de 96 crônicas em 90 dias de viagem.
Até o ano de 1964, depois de sua volta
ao Rio, dedica-se à produção de dezenas de roteiros e textos de filmes documentários
para diversas empresas.
Em 1960 faz viagem a Cuba, como
correspondente do "Jornal do Brasil", na comitiva de Jânio Quadros,
eleito Presidente da República e ainda não empossado. Faz reportagem sobre a
revolução cubana, "A Revolução dos Jovens Iluminados", constante do
livro com que inaugura a Editora do Autor, fundada por ele em sociedade com Rubem Braga e
Walter Acosta, ocasião em que também são lançados "Furacão sobre Cuba",
de Jean-Paul Sartre (presente ao acontecimento com sua mulher Simone de Beauvoir); "Ai
de ti, Copacabana", de Rubem Braga; "O Cego de Ipanema", de
Paulo Mendes Campos e "Antologia Poética", de Manuel Bandeira. Fernando
Sabino lança o livro "O Homem Nu" pela nova editora.
Em 1962 publica "A Mulher do
Vizinho", que recebe o Prêmio Cinaglia do Pen Club do Brasil. Seu livro "O
Encontro Marcado" é publicado na Alemanha. Escreve o argumento, roteiro e
diálogos do filme dirigido por Roberto Santos "O Homem Nu", tendo Paulo
José no papel principal. Posteriormente, a história é novamente filmada, com o ator
Cláudio Marzo no papel principal.
No programa "Quadrante", da
Rádio Ministério da Educação, em 1963, Paulo Autran lia crônicas semanais de Sabino
e de Carlos Drummond de Andrade, Manuel Bandeira, Dinah Silveira de Queiroz, Cecília
Meireles, Paulo Mendes Campos e Rubem Braga. Uma seleção dessas crônicas foi
publicada pela Editora do Autor em dois volumes:"Quadrante 1" e "Quadrante
2". Como os demais colaboradores de órgãos oficiais, é automaticamente
efetivado no cargo de redator do Serviço Público, da Biblioteca Nacional e mais tarde da
Agência Nacional, cabendo-lhe a elaboração de textos para filmes de curta
metragem. Seu livro "O Encontro Marcado" é editado na Espanha e na
Holanda.
É contratado, em 1964, durante o governo
João Goulart, para exercer as funções de Adido Cultural junto à Embaixada do Brasil em
Londres. Continua mandando seus relatos para o "Jornal do Brasil", "Manchete"
e revista "Cláudia". Faz a leitura semanal de uma crônica na BBC de
Londres em programa especial para o Brasil.
Em 1965 fica a seu encargo de compor a
delegação britânica que participará no Festival Internacional de Cinema no Rio de
Janeiro. Comparecem os diretores Alexander Mackendrick, Fritz Lang e Roman
Polanski. Representa o Brasil no Festival Internacional de Cinema, em Edimburgo, na
Escócia, e no Congresso Internacional de Literatura do Pen club em Bled, na Iugoslávia,
onde reencontra Pablo Neruda.
Faz a cobertura, em 1966, da Copa do
Mundo de Futebol para o "Jornal do Brasil". Desfaz a sociedade na Editora
do Autor e, com Rubem Braga, funda a Editora Sabiá.
A Sabiá inicia sua carreira de grande
sucesso, em 1967, lançando — além dos de seus proprietários — livros de
Vinicius de Moraes, Paulo Mendes Campos, Otto Lara Resende, Carlos Drummond de Andrade,
Manuel Bandeira, Augusto Frederico Schmidt, Jorge de Lima, Cecília Meireles, Dante
Milano, Rachel de Queiroz, João Cabral de Melo Neto, Autran Dourado, Dalton Trevisan,
Clarice Lispector, Murilo Mendes, Stanislaw Ponte Preta — e a série "Antologia
Poética" dos maiores poetas contemporâneos, não só brasileiros como, também,
dos sul-americanos Pablo Neruda e Jorge Luiz Borges. Edita romances de grande sucesso
internacional como "Boquinhas Pintadas", de Manuel Puig, "O Belo
Antônio", de Vitaliano Brancati, "A Casa Verde", de Mario
Vargas Llosa, e toda a obra do Prêmio Nobel Gabriel García Márquez, a partir do famoso
"Cem Anos de Solidão". Seu livro "O Encontro Marcado"
é lançado na Inglaterra. Publica o artigo "Minas e as Cidades do Ouro"
pela revista "Quatro Rodas".
No anos seguinte "O Encontro
Marcado" é lançado na Inglaterra em pocket-book. No dia 13 de
dezembro a Editora Sabiá programou uma festa no Museu de Arte Moderna, no Rio, com o
lançamento de vários livros, entre os quais: "Revolução dentro da Paz",
de Dom Hélder Câmara; "Roda Viva", de Chico Buarque de Holanda; "O
Cristo do Povo", de Márcio Moreira Alves e, fechando com chave de ouro, "Nossa
luta em Sierra Maestra", de Che Guevara. Nesse dia é editado o Ato
Institucional que oficializa a ditadura militar e, como não poderia deixar de ser, a
festa não se realiza.
Sabino segue para Lisboa, Roma,
Paris, Berlim, Londres e Nova York, em 1969, como enviado especial do "Jornal do
Brasil", para uma série de reportagens sobre "O que está acontecendo
nas maiores cidades do mundo ocidental". Publica, pela Sabiá, um livro de
literatura infantil: "Evangelho das Crianças", escrito com a
colaboração de Marco Aurélio Matos.
A convite do governo alemão, em 1971,
volta à Europa. Realiza reportagem sob o título "Ballet de Márcia Haydée
em Stutgart" para a revista "Manchete". De volta ao Brasil
realiza um super-8 curta-metragem sobre Rubem Braga, "O Dia de Braga",
exibido pela TV Globo e que lhe servirá de modelo para os futuros documentários em 35 mm
sobre escritores brasileiros.
Em 1972, vende a Sabiá para a José
Olympio. Viaja para Los Angeles, onde produz e dirige com David Neves, para a TV Globo,
uma série de oito mini-documentários sobre Hollywood, "Crônicas ao Vivo". Entrevista
Alfred Hitchcock e Broderick Crawford. Escreve três reportagens para a "Realidade".
Com David Neves, no ano seguinte, funda a
Bem-Te-Vi Filmes Ltda. Filma "A Ponte da Amizade", documentário
rodado em Assunção - Paraguai, para o Departamento Comercial do Itamaraty, registrando a
participação do Brasil na Feira Internacional de Indústria e Comércio. Realiza
uma série de documentários cinematográficos "Literatura Nacional Contemporânea",
sobre dez escritores brasileiros: Érico Veríssimo, Carlos Drummond de Andrade, Vinicius
de Moraes, João Cabral de Melo Neto, Manuel Bandeira, Jorge Amado, João Guimarães Rosa,
Pedro Nava, José Américo de Almeida e Afonso Arinos de Melo Franco.
Em 1974, viaja a Buenos Aires, de onde
escreve crônicas para o "Jornal do Brasil". Em 1975, vai ao Oriente
Médio, com David Neves e Mair Tavares, onde produz e dirige o filme "Num Mercado
Persa", documentário sobre a participação do Brasil na Feira Internacional de
Indústria e Comércio, em Teerã. Publica "Gente I" e "Gente
II", com crônicas, reminiscências e entrevistas de personalidades de destaques
nas letras, nas artes, na música e no esporte.
1976, entre viagens a Buenos Aires,
cidade do México, Los Angeles, marca o lançamento do livro "Deixa o Alfredo
Falar!". Participa da Feira do Livro de Buenos Aires. Após 16 anos de
colaboração, deixa o "Jornal do Brasil".
Inicia, em 1977, a publicação de
crônica semanal sob o título de "Dito e Feito" no jornal "O
Globo". Sua colaboração se prolongará por 12 anos sem qualquer
interrupção e era reproduzida no "Diário de Lisboa" e em oitenta
jornais no Brasil. Viagem a Manaus, da qual resulta no livro "Encontro das
Águas". Com Carlos Drummond de Andrade, Paulo Mendes Campos e Rubem Braga,
integra a série "Para Gostar de Ler".
Vai à Argélia, em 1978, realizar filme
sobre Argel e a participação brasileira na Feira Internacional de Indústria e
Comércio, intitulado "Sob Duas Bandeiras". Como em todas as viagens que
realiza ao exterior, envia crônicas para o jornal "O Globo".
Em 1979, retoma e acaba em dezoito dias
de trabalho ininterrupto o romance "O Grande Mentecapto", que havia
iniciado há 33 anos, um sucesso literário. O livro servirá de argumento para o
filme com o mesmo nome, dirigido por Oswaldo Caldeira e com Diogo Vilela no papel
principal. É adaptado para o teatro em Minas e São Paulo.
Publica "A Falta Que Ela Me Faz". Recebe
o Prêmio Jabuti pelo romance "O Grande Mentecapto". Filma a
participação do Brasil na Feira Internacional de Indústria e Comércio em Hannover, em
1980.
Recebe o Prêmio Golfinho de Ouro na
categoria de Literatura, concedido pelos Conselhos Estaduais de Educação e Cultura do
Rio de Janeiro. Realiza viagens ao Peru e aos Estados Unidos, e dois documentários
em vídeo sobre a Bolsa de Valores do Rio de Janeiro, em 1981.
Em 1982, lança o romance "O
Menino no Espelho", ilustrado por Carlos Scliar, que passa a ser adotado em
inúmeros colégios do país. Percorre várias cidades brasileiras, participando do
projeto Encontro Marcado, ciclo de palestras de escritores nas universidades provido pela
IBM.
Lança o livro "O Gato Sou Eu",
em 1983.
Publica os livros "Macacos Me
Mordam", conto em edição infantil, com ilustrações de Apon e "A
Vitória da Infância", seleção de contos e crônicas sobre crianças, em 1984.
Seu livro "O Grande Mentecapto" é lançado em Lisboa.
"A Faca de Dois Gumes"
é seu novo livro, em 1985. Uma das novelas é adaptada para o cinema, com o mesmo
título, dirigida por Murilo Sales. Escreve uma peça teatral, baseada em "Martini
Seco", encenada no Rio de Janeiro. É condecorado com a Ordem do Rio Branco no
grau de Grã-Cruz pelo governo brasileiro. Publica, no "New York Times",
o artigo "The Gold Cities of Minas Gerais".
Em 1986, realiza inúmeras viagens:
Londres, Tókio, Hong-Kong, Macau e Singapura. Escreve "Belo Horizonte de todos os
tempos" para o Banco Francês-Brasileiro.
Publica "O Pintor que Pintou o
Sete", história infantil, a novela "Martini Seco" em
edição para-didática, e três seleções: "As Melhores Histórias",
"As Melhores Crônicas" e "Os Melhores Contos", em 1987.
É lançado "O Tabuleiro das
Damas", um esboço de autobiografia, em 1988. Escreve suas últimas crônicas
para "O Globo", do qual se despede no final do ano.
Em 1989 o filme "O Grande
Mentecapto" é premiado no Festival Internacional de Gramado. Novas viagens
pelo mundo e o lançamento do livro "De Cabeça Para Baixo", reportagens
literárias e jornalísticas sobre as suas viagens pelo mundo de 1959 a 1986.
No ano seguinte esse filme é exibido no
Festival Internacional de Cinema em Washington D.C., e recebe um prêmio. Lança o
livro "A Volta Por Cima".
Em 1991, lança o livro "Zélia,
Uma Paixão", biografia autorizada de Zélia Cardoso de Mello, Ministra da
Fazenda no governo Collor, com tratamento literário. Os escândalos em sua vida
privada e sua saída do governo foram motivo de grande repercussão entre os brasileiros,
criando clima hostil ao escritor. Por ironia do destino, nesse mesmo ano sua novela
"O Bom Ladrão", do livro "A Faca de Dois Gumes", é lançada
em edição extra como brinde ao dicionário de Celso Luft, com tiragem recorde de 500.000
exemplares.
Viaja ao Chile, em 1992, para preparar a
edição de "Zélia, Uma Paixão" em castelhano. Edição
paradidática de " O Bom Ladrão".
Lança, em 1993, "Aqui Estamos
Todos Nus", uma trilogia de novelas "de ação, fuga e suspense".
No ano seguinte lança o livro "Com
a Graça de Deus", "uma leitura fiel do Evangelho inspirada no humor de
Jesus".
Em 1995, a Editora Ática relança a
seleção, revista e aumentada, de "A Vitória da Infância", com a qual Fernando
Sabino reafirma sua determinação ao longo da vida inteira de preservar a criança
dentro de si. Ou, como ele mesmo escreveu: "Quando eu era menino, os mais
velhos perguntavam: o que você quer ser quando crescer? Hoje não perguntam
mais. Se perguntassem, eu diria que quero ser menino".
O autor faleceu dia 11 de outubro de 2004 na cidade do Rio de Janeiro. A seu pedido, seu epitáfio é o seguinte: "Aqui jaz Fernando Sabino, que nasceu homem e morreu menino".
Em 2006, é lançada a 82ª edição de "O encontro marcado".
O autor faleceu dia 11 de outubro de 2004 na cidade do Rio de Janeiro. A seu pedido, seu epitáfio é o seguinte: "Aqui jaz Fernando Sabino, que nasceu homem e morreu menino".
Em 2006, é lançada a 82ª edição de "O encontro marcado".
BIBLIOGRAFIA:
- Os grilos não cantam mais,
contos, Pongetti, 1941
- A marca, novela, José Olympio, 1944
- A cidade vazia, crônicas e histórias de Nova York, O Cruzeiro, 1950
- A vida real, novelas, Editora A Noite, 1952
- Lugares-comuns, dicionário, MEC - Cadernos de Cultura, 1952
- O encontro marcado, romance, Civilização Brasileira, 1956
- O homem nu, contos e crônicas, Editora do Autor, 1960
- A mulher do vizinho, crônicas, Editora do Autor, 1962
- A companheira de viagem, crônicas,Editora do Autor 1965
- A inglesa deslumbrada,crônicas e histórias da Inglaterra e do Brasil, Ed Sabiá/1967
- Gente, crônicas e reminiscências, Record, 1975
- Deixa o Alfredo falar!, crônicas e histórias, Record, 1976
- O encontro das águas, crônica irreverente de uma cidade tropical,Editora Record/1977
- O grande mentecapto, romance, Record, 1979
- A falta que ela me faz, contos e crônicas, Record, 1980
- O menino no espelho, romance, Record, 1982
- O gato sou eu, contos e crônicas, Record, 1983
- Macacos me mordam, conto em edição infantil, Record, 1984
- A vitória da infância, crônicas e histórias, Editora Nacional, 1984
- A faca de dois gumes, novelas, Record, 1985
- O pintor que pintou o sete, história infantil, Berlendis & Vertecchia,1987
- Os melhores contos, seleção, Record, 1987
- As melhores histórias, seleção, Record, 1987
- As melhores crônicas, seleção, Record, 1987
- Martini seco, novela, Ática, 1987
- O tabuleiro das damas, esboço de autobiografia, Record, 1988
- De cabeça para baixo, relato de viagens, Record, 1989
- A volta por cima, crônicas e histórias curtas, Record, 1990
- Zélia, uma paixão, romance-biografia, Record, 1991
- O bom ladrão, novela, Ática, 1992
- Aqui estamos todos nus, novela, Record, 1993
- Os restos mortais, novela, Ática, 1993
- A nudez da verdade, novela, Ática, 1994
- Com a graça de Deus, leitura fiel do Evangelho, Record, 1995
- O outro gume da faca, novela, Ática, 1996
- Obra reunida - 3 volumes, Nova Aguilar, 1996
- Um corpo de mulher, novela, Ática, 1997
- O homem feito, novela, Ática, 1998
- Amor de Capitu, recriação literária, Ática, 1998
- No fim dá certo, crônicas e histórias, Record, 1998
- A Chave do Enigma, crônicas, Record, 1999
- O Galo Músico, crônicas, Record, 1999
- Cara ou Coroa? (júnior), crônicas, Ática, 2000
- Duas Novelas de Amor, novelas, Ática, 2000
- Livro aberto - Páginas soltas ao longo do tempo, crônicas, Record, 2001
- Cartas perto do coração, correspondência com Clarice Lispector, Record, 2001.
- Cartas na mesa, correspondência com Paulo Mendes Campos, Otto Lara Resende e Hélio Pellegrino, Record, 2002.
- Os caçadores de mentira, história infantil, Rocco, 2003.
- Os movimentos simulados, romance, Record, 2004.
- A marca, novela, José Olympio, 1944
- A cidade vazia, crônicas e histórias de Nova York, O Cruzeiro, 1950
- A vida real, novelas, Editora A Noite, 1952
- Lugares-comuns, dicionário, MEC - Cadernos de Cultura, 1952
- O encontro marcado, romance, Civilização Brasileira, 1956
- O homem nu, contos e crônicas, Editora do Autor, 1960
- A mulher do vizinho, crônicas, Editora do Autor, 1962
- A companheira de viagem, crônicas,Editora do Autor 1965
- A inglesa deslumbrada,crônicas e histórias da Inglaterra e do Brasil, Ed Sabiá/1967
- Gente, crônicas e reminiscências, Record, 1975
- Deixa o Alfredo falar!, crônicas e histórias, Record, 1976
- O encontro das águas, crônica irreverente de uma cidade tropical,Editora Record/1977
- O grande mentecapto, romance, Record, 1979
- A falta que ela me faz, contos e crônicas, Record, 1980
- O menino no espelho, romance, Record, 1982
- O gato sou eu, contos e crônicas, Record, 1983
- Macacos me mordam, conto em edição infantil, Record, 1984
- A vitória da infância, crônicas e histórias, Editora Nacional, 1984
- A faca de dois gumes, novelas, Record, 1985
- O pintor que pintou o sete, história infantil, Berlendis & Vertecchia,1987
- Os melhores contos, seleção, Record, 1987
- As melhores histórias, seleção, Record, 1987
- As melhores crônicas, seleção, Record, 1987
- Martini seco, novela, Ática, 1987
- O tabuleiro das damas, esboço de autobiografia, Record, 1988
- De cabeça para baixo, relato de viagens, Record, 1989
- A volta por cima, crônicas e histórias curtas, Record, 1990
- Zélia, uma paixão, romance-biografia, Record, 1991
- O bom ladrão, novela, Ática, 1992
- Aqui estamos todos nus, novela, Record, 1993
- Os restos mortais, novela, Ática, 1993
- A nudez da verdade, novela, Ática, 1994
- Com a graça de Deus, leitura fiel do Evangelho, Record, 1995
- O outro gume da faca, novela, Ática, 1996
- Obra reunida - 3 volumes, Nova Aguilar, 1996
- Um corpo de mulher, novela, Ática, 1997
- O homem feito, novela, Ática, 1998
- Amor de Capitu, recriação literária, Ática, 1998
- No fim dá certo, crônicas e histórias, Record, 1998
- A Chave do Enigma, crônicas, Record, 1999
- O Galo Músico, crônicas, Record, 1999
- Cara ou Coroa? (júnior), crônicas, Ática, 2000
- Duas Novelas de Amor, novelas, Ática, 2000
- Livro aberto - Páginas soltas ao longo do tempo, crônicas, Record, 2001
- Cartas perto do coração, correspondência com Clarice Lispector, Record, 2001.
- Cartas na mesa, correspondência com Paulo Mendes Campos, Otto Lara Resende e Hélio Pellegrino, Record, 2002.
- Os caçadores de mentira, história infantil, Rocco, 2003.
- Os movimentos simulados, romance, Record, 2004.
PRÊMIO:
- Em julho de 1999 recebeu da Academia Brasileira de Letras o maior prêmio literário do Brasil, "Machado de Assis", pelo conjunto de sua obra.
- Em julho de 1999 recebeu da Academia Brasileira de Letras o maior prêmio literário do Brasil, "Machado de Assis", pelo conjunto de sua obra.
O valor do prêmio, R$40.000,00, foi
doado pelo autor a instituições destinadas a crianças carentes. O desembargador
Alyrio Cavallieri, ex-juiz de menores, revelou que em 1992, todos os direitos recebidos
pelo autor do polêmico livro "Zélia, uma paixão" também foram
distribuídos a crianças pobres.
Dados obtidos em livros do autor e de "Quadrante II", Editora do Autor, 1968, de "Obra Reunida", Ed. Nova Aguilar - Rio de Janeiro,m e "Fernando Sabino - Perfis do Rio", Relume Dumará, Rio de Janeiro, 2000.
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